AyaRei
Originally written in English. Translated by Matheus Costa.
Era uma vez minha paixão por escrever cartas. Eu era mais jovem, e na época, o Slowly ainda não existia – nem smartphones. Eu trocava cartas reais (escritas à mão) com minha tia, que morava em outra cidade. Certo dia, possivelmente porque ela estava ocupada o suficiente, ela parou de me responder. Conversávamos por telefone de vez em quando, então eu perdi toda a magia de esperar que as cartas dela chegassem e depois me preparar para respondê-las.
Então, tive uma segunda chance. Conheci meu primeiro penpal (do inglês, amigo de correspondência) através de uma colega de classe, e ela me apresentou o maravilhoso mundo das correspondências. Durante anos, troquei cartas com pessoas de quase todos os estados do meu país. Com o tempo, quando comecei a dominar o inglês como segundo idioma, me senti corajosa o suficiente para tentar me comunicar utilizando-o, consegui meus primeiros (e queridos) amigos de correspondência estrangeiros.
Ainda me lembro da emoção de esperar o carteiro deixar as cartas na minha caixa de correio (muitas vezes espiava por uma brecha no portão da minha casa para ver se ele estava subindo a rua). Dependendo de quem foi o remetente de uma carta, em particular, eu gritava de felicidade ao recebê-la. É assim que alguns dos meus amigos de correspondência eram especiais para mim. Pude até conhecer alguns deles, pessoalmente, e sair com eles mais de uma vez. Houve amigos de correspondência que visitaram minha casa e que também me convidaram para visitar a deles.
Como uma introvertida desde tenra idade, provavelmente não teria tantos amigos naquela época, se não fosse pelas cartas. Eu me senti muito feliz e abençoada por ter descoberto um mundo tão maravilhoso.
Mas então, conforme fui crescendo, a vida tornou-se terrivelmente ocupada e tive que diminuir o ritmo de escrita até perceber que não conseguiria mais acompanhar. Naquela época, a internet e as mídias sociais estavam se tornando alguma coisa, então eu as usei como um meio de manter contato com alguns de meus amigos de correspondência. Mas não era a mesma coisa, é claro.
E então, anos depois, o Slowly apareceu na minha vida. Foi um encontro casual, eu diria. Eu tinha acabado de experimentar um aplicativo semelhante que tinha achado, por acaso, navegando pela Play Store, mas não funcionou para mim. Logo depois eu descobri o Slowly. A descrição do aplicativo chamou minha atenção imediatamente. Foi como o que eu tinha quando era adolescente, exceto pela versão digital. A ideia de ter amigos de correspondência virtuais era incrível! Sem falar que me apaixonei pelos selos, pelo avatar e pelo fato de ter que esperar as cartas chegarem. Foi a mesma emoção de esperar que o carteiro subisse a rua trazendo minhas preciosas cartas. Tive que experimentar.
Mais de um ano depois, aqui estou. Conheci várias pessoas incríveis no Slowly; algumas delas não ficaram (infelizmente, mas é isso e a vida continua), algumas delas se tornaram meus amigos ‘fora-do-Slowly’ e algumas ainda estão aqui fazendo com que toda a experiência valha a pena!
Ainda fico muito animada sempre que um novo amigo de correspondência aparece e nunca me cansarei de esperar que as cartas cheguem – a emoção é tão boa como sempre foi!
Por isso, agradeço ao Slowly por me devolver uma experiência que pensei que nunca mais teria, de uma forma que corresponda ao meu estilo de vida atual. Escrever cartas digitais é definitivamente mais fácil para um adulto ocupado que trabalha como eu, então não posso agradecer a vocês o suficiente por tornar isso possível.
Além disso, agradeço aos meus incríveis amigos – mesmo aos que fugiram – pela adorável troca. Estou sempre aprendendo de vocês e com vocês!
Sinceramente, espero ficar no Slowly por um longo tempo, colecionar o máximo de selos bonitos que puder e trocar o máximo de cartas cheias de histórias incríveis.
Por enquanto, essa é uma história sem fim e mesmo que acabe, aposto que será feliz.
Obrigado a todos!
AyaRei